Games - Análise de Dead Space 2 (GameTv)

Fonte: GameTv.com.br


Três anos se passaram desde os eventos do primeiro Dead Space. Isaac Clarke, sortudo o bastante para ter sobrevivido, acorda num hospital na colônia humana The Sprawl (localizada em um fragmentos da lua Titã). Sem memória e - olha só - sem a roupa especial característica de Dead Space 1, Isaac inicia sua luta para sair do local.

Apesar da infestação viral que transformou todos de The Sprawl em necromorphs, Isaac não está tão sozinho na empreitada: ele interage com outros personagens, principalmente a unitologista devota Daina e o cientista Nolan Stross . A comunicação não chega a ser constante, e na maioria dos momentos serve para que o jogador saiba o que os outros personagens estão fazendo - é, eles também querem sair de The Sprawl.

A jogabilidade está mais solta, dando a sensação de é mais fácil movimentar Isaac pelo cenário. A mudança fica óbvia logo no começo do jogo, quando já dá para perceber que Dead Space 2 traz uma dose de ação bem maior que o antecessor. Os ambientes são mais amplos (mas tão escuros e sombrios quanto os do original). A sensação de isolamento total é substituída por outra, de tensão total: escassez de munição, mais necromorphs e som ambiente envolvente de verdade dão uma cara diferente ao estilo de Dead Space 1. Mas ficou melhor, podem acreditar.

O famoso “caminho” que mostra a rota a ser seguida recebeu melhorias: agora, pode mostrar também a localização dos benches (aquelas máquinas que atualizam seus equipamentos e armas), lojas e save points. De resto, os controles são iguais aos de Dead Space 1, até com as habilidades stasis e kinesis mapeadas para as mesmas teclas.

As sequências com gravidades zero, em que Isaac realmente flutua, melhoraram muito, já que agora há controle total sobre o personagem. A Visceral aproveitou e colocou o engenheiro em situações propícias para o uso do novo esquema sem gravidade, que incluem passar por engrenagens com cuidado (sob o risco de perder um braço ou a cabeça) e até fazer uns trabalhinhos no espaço sideral, sempre com um tempinho para detonar um ou outro necromorph no caminho. Estas partes se encaixam muito bem no jogo e não parecem nada forçadas.



Dead Space 2 foca mais na ação, mas os sustos ainda estão lá. Quer dizer, o jogador sabe que se a situação está muito calma, logo os necromorphs aparecerão para fazer uma farra. A parte boa é que isso realmente acontece, só que as criaturas aparecem em bandos. Será preciso utilizar muita habilidade, não só com as armas, mas para usar as próprias partes deles ou outros elementos do cenário para atingí-los. É divertido, como todo jogo deve ser, mas onde Dead Space 2 se destaca mesmo é na ambientação.

Isaac Clarke está mesmo numa colônia de terráqueos em plena Titã e o game faz de tudo para o jogador pensar que realmente está lá. Os detalhes dos cenários, como anúncios e objetos, vão fazendo o jogador criar uma identificação única com o local. Algo do nível do primeiro BioShock mesmo, que dá vontade de “quero voltar para lá” logo quando vocês desliga o console ou fecha o jogo no PC.

Para ajudar a  levar o jogador a The Spraw, a Visceral Games apostou bastante na parte sonora. Não há música, mas o som ambiente, dos necromorphs se mexendo por perto e até alguns efeitos mais sem sentido (tipo filme de terror mesmo) aumentam e muito a tensão. Jogando na dificuldade survivalist (uma acima da normal), a escassez de munição e a força dos inimigos vão fazer o jogador se preparar bem antes de dobrar qualquer esquina. Quem jogar na dificuldade mais alta (zealot) pode esperar muitas mortes e muitas sequências de matança de necromorphs “na raça”, com pouca vida e muita porrada. Emocionante assim, e a experiência melhora uns 100% de o jogo for curtido com um sistema de som 5.1.

A dificuldade hardcore, liberada após o término da campanha, coloca o pobre Isaac Clarke em uma aventura sem checkpoints e com apenas trê saves para serem utilizados durante o jogo todo. Para quem achava que os jogos de hoje estavam ficando fáceis demais, com muitas setas indicando o caminho e save points em todo lugar, o modo hardcore de Dead Space 2 é um prato cheio.

De quebra, a violência é quase extrema: como se não bastasse os membros de necromorphs voarem por aí quando sai alvejados, o próprio Isaac Clark faz questão de literalmente perder a cabeça em algumas de suas mortes. Mas não é nada gratuito - se fosse uma história real, teria sido tudo desse jeito mesmo.

E o multiplayer?

Dead Space 2 veio com o esperado modo multiplayer. Tá certo que com uma campanha boa dessas, nem precisa de jogatina online, mas a Visceral conseguiu fazer uma bom trabalho nessa parte.

Para começar, não existe modo “matança” ou “team deathmatch”. Cada um dos cinco mapas traz uma missão específica para os humanos (todos clones de Isaac), que varia entre detonar um núcleo de combustível até encontrar e destruir experimentos antes que eles caiam em “mãos erradas”.

São disputas de quatro contra quatro, e a óbvia desvantagem dos necromorphs, que morrem mais facilmente e têm menos energia que os humanos é compensada com algumas criaturas controladas pela inteligência artificial. Jogando como humano, acaba funcionando como um “modo sobrevivência”. Sai a tensão do modo campanha, entra uma matança desenfreada e, por quê não, descompromissada.

Já como necromorph, a farra dura pouco: são quatro opções, cada um com suas características de velocidade e força (os preferidos são os bebês, que são rápidos, ou os grandões, mais fortes. Ambos vomitam, claro). Como é muito fácil morrer jogando como necromorph, o jogo acaba virando uma corrida para tirar uma casquinha dos Isaac Clarkes genéricos e torcer para o mapa mudar logo. Vale, obviamente, pela curtição de estar do outro lado da ação.

De qualquer forma, experiência online toda é muito boa: o game encontra uma partida rapidamente porque, ao contrário de figurinhas carimbadas do tiroteio online, como Call of Duty, Dead Space 2 já coloca o jogador em um mapa mesmo que a ação já esteja rolando. É só escolher a fase (ou deixar no modo aleatório, para garantir mais rapidez), esperar alguns segundos e partir pro abate. O jogador ainda destrava novos equipamentos e roupas ao atingir certos níveis - sim, existe um sistema de evolução por pontos de experiência para garantir uma vida útil maior ainda.

O game é completo do começo ao fim. Vai agradar tanto quem não chegou nem perto do jogo anterior (e graças à opção “previously on Dead Space”, dá para ficar a par de muita coisa) como quem esperava ansiosamente pela sequência. Os masoquistas de plantão, que gostam de sofrer um pouco além da conta, se sentirão em casa nos níveis de dificuldade mais elevados. Os órfãos de Resident Evil, por sua vez, gostarão do clima de tensão constante por quase toda a campanha.

Dead Space 2 é desde já candidato a game do ano, mas sua importância vai além disso: na recente falta de bons representantes de terror e horror, vira uma experiência totalmente obrigatória para quem gosta do gênero.


FICHA TÉCNICA

Dead Space 2





   Nota:
   
10


Número de jogadores:


Desenvolvedor:
Visceral Games

Distribuidor:
Electronic Arts


 





Plataforma:
PC, PS3, X360

Lançamento:
25 Jan, 2011

Gênero:
Ação, Horror

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